Educação Ambiental para tirar o Plano Sinos do Papel
Comunicação Comitesinos
“Não vai existir Plano de Bacia sem Educação Ambiental. Se no Plano nós ordenamos as ações e metas para os próximos 20 ou 30 anos, é pela Educação que vamos colocar as próximas gerações dentro desse conceito.” A fala do vice-presidente do Comitesinos, Adolfo Klein, deu o tom da Oficina de Educação Ambiental para Compor o Programa de Ações do Plano de Bacia do Rio dos Sinos, que ocorreu na última quarta-feira (dia 18), na Unisinos. O encontro reuniu cerca de 60 pessoas, a maioria educadores, de 14 municípios da região.
Durante toda a tarde, o grupo se debruçou sobre as propostas de ações do Plano mais suscetíveis a movimentos das próprias comunidades. O que abrangeu, por exemplo Redução das Cargas Poluidoras, Monitoramento Quali-Quantitativo e Gestão das Áreas Protegidas. “Na Redução de Cargas Poluidoras, temos a construção de estações de tratamento de esgoto, que dependem de recursos de governo. Mas, uma vez construídas as redes de tratamento, as pessoas precisam estar conscientes da necessidade de ligarem suas residências a elas, mesmo que tenha que pagar pelo tratamento”, exemplificou a secretária executiva do Comitesinos, Viviane Nabinger.
A promoção do Comitê de Bacia (através do seu Programa Permanente de Educação Ambiental/PPEA)teve também representantes da Comusa/NH, Semae/SL, prefeituras, câmaras de vereadores e do Consórcio Pró-Sinos, abrangendo os municípios de Campo Bom, Canoas, Estância Velha, Esteio, Igrejinha Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara e Três Coroas. A turma foi dividida em grupos e cada fração indicou atividades em que a Educação Ambiental pudesse contribuir com resultados práticos nos próximos anos. “A lógica do Plano é que temos uma condição que precisa ser mudada e está lá sacramentado o desejo de mudar”, arrematou Viviane, depois de explicar a legislação e os princípios da gestão de recursos hídricos no Estado.
PROPOSTAS E MUDANÇA DE PARADIGMA
O exercício gerou uma lista de propostas (com foco na sociedade, em educadores e estudantes) que agora deve compor uma ficha técnica que será agregada ao documento do Plano de Bacia da Região. Entre as manifestações da Oficina estão desde a capacitação constante de multiplicadores, até ações para levar as pessoas para junto de sues cursos d´água, para aprenderem sobre sua realidade e como monitorar suas condições. O rol de propostas também tem campanhas de consumo consciente (para gerar menos resíduos), visitas a usinas de triagem e outras sugestões.
Porém, mais do que traçar ações de educação que possam provocar resultados práticos entre as propostas do Plano de Bacia, a proposta da tarde foi colocar ideias que abranjam cada município como um todo e, a partir daí, toda a região. “Educação Ambiental é multidirecional e multidisciplinar, mas ainda é comum a gente ver ações isoladas nas cidades. Ainda trabalhamos em ilhas, em algumas escolas, com iniciativas de algum órgão. Mas não de forma institucionalizada, como política de governo. O Plano de Bacia é a chance de mudarmos isso”, explicou o professor Paulo Saul, antes de passar o bastão ao professor Fernando Soares, que conduziu a oficina. “Aliás, a Educação Ambiental é o primeiro entre os itens contemplados no Plano de Bacia que está dando seu primeiro passo para sair do papel”, ressaltou Saul.