Enquadramento e sistema contra cheias em debate
Comunicação Comitesinos
Mudanças na sistemática de discussão do Enquadramento das Águas e planos para um seminário para discutir situação e alternativas para o sistema de proteção contra cheias na parte baixa da Bacia do Sinos. Esses foram os principais resultados da última reunião plenária de 2013 do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), ocorrido na última semana, em São Leopoldo. O encontro foi na Unisinos e, quanto ao processo de Enquadramento, ficou acertado que o Comitesinos deverá trabalhar visões e metas mais próximas da realidade de cada comunidade – paralelo às classificações estabelecidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
Na prática, isso quer dizer o seguinte: a invés de simplesmente estabelecer uma classificação entre categorias de 1 a 4 (de menos a mais poluído) entre os rios e arroios que temos e o que queremos (dentro do possível), as comunidade deverão discutir pontos específicos. Que tipo de problemas há em cada trecho, quais devem ser atacados primeiro e o os usos que cada comunidade gostaria de fazer de suas águas. “A ideia é com isso se conseguir metas intermediárias, alcançáveis em um prazo mais curto. Com isso, o enquadramento fica mais fácil de ser alcançado. Ou ao menos com os primeiros resultados práticos mais imediatos. Isso evita a desmotivação da comunidade”, explica o presidente do Comitesinos, Arno Kayser.
Outro ponto da nova estratégia é que já se começa a alinhavar o Plano de Ações, que é a última etapa do Plano de Bacia. Para lembrar: o Enquadramento é uma etapa crucial para o Plano de Bacia e vai servir de guia para o planejamento de ações de preservação e recuperação ambiental em toda a região, nas próximas décadas.
SISTEMA CONTRA CHEIAS
Segundo Arno, a demanda de uma discussão mais aprofundada sobre a situação do sistema contra cheias na região – principalmente o sistema de diques de São Leopoldo, partiu da Associação dos Legislativos dos Vales do Sinos e Paranhana (Alsipa). “É um tema de interesse regional e uma discussão que está pipocando entre várias entidades da Bacia do Sinos. Então estamos propondo uma reunião de todas as iniciativas para fazermos um seminário, provavelmente em fevereiro ou março, para aprofundar o tema”, ressalta o presidente do Comitesinos.
Arno fez uma apresentação rápida sobre o tema durante a plenária da quinta-feira. Ele citou, por exemplo, que a cheia de outubro deste ano ficou a apenas 80 centímetros da cota máxima do dique atrás da Estação Rodoviária de São Leopoldo. E lembrou que o sistema de proteção construído nos anos 1970 abrange uma extensão de 12,5 quilômetros. “Entramos em contato com o0 Ministério da Integração Nacional (que hoje abrange o antigo Departamento nacional de Obras e Saneamento/DNOS) para buscar algumas informações. A conclusão é de temos muitas coisas para serem apresentadas, muitas dúvidas a dirimir e bastante a discutir”, completou Arno.
LIVRO E QUADRO
A última reunião do ano do colegiado do Comitesinos teve também a entrega à entidade de um quadro com todas as espécies de pássaros fotografadas no Parque Natural Municipal Imperatriz Leopoldina, de São Leopoldo. O trabalho foi entregue pelo Secretário Municipal do Meio Ambiente, Henrique Prieto. Outro presente, este com um exemplar para cada membro presente, foi o livro Roessler – o homem que amava a natureza, da historiadora Elenita Malta Pereira. A obra, com 398 páginas, baseia-se no trabalho de mestrado da autora, sobre a trajetória e o legado do mais emblemático personagem na defesa do meio ambiente no Estado. O livro foi impresso com recursos do Fundo Municipal do Meio ambiente de São Leopoldo.