Estudo utiliza bacia do Rio dos Sinos como referência para todo RS
Comunicação Comitesinos
Divulgação/Semae-SL
A gestão das águas de uma bacia hidrográfica depende de muitos fatores, entre eles o conhecimento da disponibilidade hídrica e dos valores de captação existentes. Em outras palavras, só é possível retirar do balde a água que cabe dentro dele, e compete ao estudo chamado de ‘balanço hídrico’, calcular ofertas e demandas. O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Comitesinos, historicamente, associa o conhecimento científico à tomada de decisões com base técnica sólida. E por esse motivo dispõe de dados que foram decisivos para a escolha da bacia do Rio dos Sinos para realização do estudo piloto, modelo para todo o estado. A apresentação dos resultados foi feita nesta quinta-feira, em plenária ordinária do Comitesinos, pelo diretor do Departamento de Recursos Hídricos (DRH), da Secretaria de Estado do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Fernando Meirelles. O trabalho é decorrente da parceria entre o DRH/SEMA e a Universidade Federal de Lavras, de Minas Gerais e a Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (FUNDECC).
O estudo que utiliza a bacia do Rio dos Sinos como referência para todo o estado do Rio Grande do Sul, propiciará melhor gestão de quantidade e qualidade das águas da bacia, servindo como base determinante para o Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul (SIOUT). Meireles pontuou algumas áreas críticas, como o trecho inferior e mais urbanizado da bacia em função das altas demandas.
Como avançar?
O diretor Meireles solicitou a cooperação do Comitesinos no sentido de assegurar a ampliação do numero de estações hidrométricas e fluviométricas, operação e manutenção das mesmas. O registro sistemático de informações através das estações é fundamental para melhorar a precisão do modelo apresentado.
De onde vem a contaminação do nosso rio?
A pesquisa sobre “As Fontes de contaminação fecal da água na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos” também foi tema abordado na plenária. O professor da Feevale e Doutor em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas, Fernando Spilki, explicou que os resultados não são bons: a água que bebemos segue sendo infectada em função da falta de esgotamento sanitário e é preciso agir rápido.
Spilki, que já participou de pesquisa na Lagoa Rodrigo de Freitas, no RJ, antes das Olimpíadas, apresentou dados que mostram que as águas da bacia estão sendo infectadas, principalmente, por fezes de origem humana e canina, seguidas de contaminação fecal de bois, aves e porcos. A área de estudo abrangeu uma extensão de 196 quilômetros de corpos hídricos, desde Caraá até a foz do Rio dos Sinos em Canoas, com foco em propriedades rurais. “Há muito desconhecimento do que fazer com os coliformes fecais em alguns lugares”, explica Spilki.