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VerdeSinos encerra terceira etapa com atuação em três frentes

Magali Schmitt

Magali Schmitt

O Projeto VerdeSinos, ação continuada voltada à sustentabilidade ambiental, econômica e social da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos finalizou as atividades de 2020 com o encerramento da Etapa 3, iniciada em janeiro de 2019. Voltada essencialmente às Unidades de Referência (centros ambientais e propriedades rurais públicas e privadas), a fase que se encerra contou com a participação de 13 municípios e registra outros dois importantes avanços. O trabalho de pesquisa e mapeamento para identificação das áreas úmidas na várzea do Sinos e o desenvolvimento do Sistema de Informações Online Sobre Fenômenos de Relevância Ambiental (Sinosfera).

 

Tendo como principal característica a atuação em rede, o VerdeSinos é gerenciado pelo Comitesinos desde 2009 e se destaca pela produção de resultados mensuráveis com ganhos reais para as comunidades atingidas. Entre a primeira e a segunda etapa foram investidos mais de R$ 6,8 milhões em recursos captados pela cooperação entre a entidade e Unisinos, envolvidas 23,2 mil pessoas diretamente e 71,4 mil indiretamente e ainda protegidas ou recuperadas quase 900 hectares de margens de corpos hídricos.

 

“Com uma ação proativa e conciliadora, o VerdeSinos tem grandes aliados como o Ministério Público, que assumiu papel de protagonismo desde a criação do projeto e vem construindo essa história conosco”, destaca a secretária-executiva do Comitesinos e coordenadora da iniciativa, Viviane Nabinger. “Tivemos ainda outros importantes parceiros, como a Emater/Ascar, que nos possibilitou atuar efetivamente nas questões técnicas junto às propriedades rurais e ao meio ambiente”, reforça. “Outro diferencial do projeto é a vasta produção de conhecimento através da pesquisa acadêmica, pois contamos também com a participação de Unisinos e Feevale nessa caminhada”.

 

RECUPERAÇÃO — Assim como nas fases anteriores, a etapa 3 foi realizada com recursos captados pelo Comitesinos a partir da estreita relação com o Ministério Público Estadual, que direcionou ao projeto R$ 1,4 milhão de um acordo judicial referente a uma ação civil pública de poluição hídrica ocorrida em 2010. A medida simboliza essa forte relação com o Judiciário, ao direcionar o valor de uma punição ambiental causada na bacia do Sinos para a recuperação efetiva da própria bacia e local onde ocorreu a infração.

Para a fase 4, iniciada em março deste ano, está prevista a continuidade das ações desenvolvidas até então e foco na retomada da recomposição e manutenção da mata ciliar. No momento, os parceiros trabalham na reformulação do Termo de Referência para adesão ao projeto, sob a coordenação do Comitesinos, estabelecendo e esclarecendo os papeis de todos os atores na iniciativa.

 

REALIZAÇÕES DA ETAPA 3

 

1. UNIDADES DE REFERÊNCIA — Com um significativo papel social, econômico e ambiental na vida da bacia, as propriedades rurais têm grande participação na geração de riqueza local. Hoje, os pequenos agricultores produzem cerca de 70% dos alimentos consumidos no país e empregam 80% da mão de obra rural. Por isso, o VerdeSinos atuou fortemente na aplicação de práticas apropriadas para a administração dos resíduos gerados nas propriedades, no uso racional e o aumento da disponibilidade hídrica, na promoção da mobilização social e na educação ambiental nesse período.

Além da educação ambiental e das boas práticas desenvolvidas nos Centros Ambientais parceiros, a etapa 3 patrocinou obras estruturais relacionadas aos pressupostos do projeto, conforme exemplos abaixo:

 

CAMPO BOM | EMEF 25 de Julho

— Limpeza do mini rio — pequena réplica do Sinos construída em 2011, que apresenta a sinuosidade típica do rio usada como espaço de sensibilização ambiental.

 

ESTÂNCIA VELHA

Centro Municipal de Educação Ambiental Estação Ecologia — Conserto da estufa e substituição das cisternas

 

IGREJINHA

Centro de Educação Ambiental Augusto Kampff — Substituição total do telhado (243 metros quadros) por telhas ecológicas Tetrapak, fabricadas com materiais recicláveis, térmicas, mais resistentes e leves.

 

NOVO HAMBURGO 

Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet — Implantação de cisternas com capacidade de armazenagem de 10,2 mil litros de água da chuva

 

SAPIRANGA

Centro de Estudos Ambientais de Sapiranga

— Instalação de painel com 36 placas de energia fotovoltaica no Centro de Estudos Ambientais de Sapiranga com produção 1.402 kwh/mês, superando a demanda média mensal de 1.281 kwh/mês e gerando economia.

— Restauração do viveiro de mudas nativas, que supre ações de reflorestamento, recuperação de áreas de proteção permanente e nascentes.

Unidade de Referência do agricultor Rubem Harff

— Implantação do jardim filtrante. | — Colocação de fossa e filtro.

 

ROLANTE

Unidade de Referência do agricultor Jair da Silva — Início das obras de construção do espaço de acolhimento do Projeto Vida na Roça desenvolvido na propriedade. | — Construção de esterqueira com capacidade para armazenar 600 quilos de resíduos animais tratados por mês.

 

2. MAPEAMENTO DAS ÁREAS ÚMIDAS NA VÁRZEA DO RIO DOS SINOS E GUIA DE BANHADOS — Pesquisa científica desenvolvida pela Unisinos que apresenta a definição de polígonos de áreas úmidas (banhados) localizadas na várzea do Rio dos Sinos nos limites geopolíticos municipais. A pesquisa contempla a realização do Guia de Banhados, que completa o trabalho de delimitação e identificação desses ecossistemas, contribuindo à sua preservação e evitando que o desenvolvimento urbano avance sobre eles. O Guia de Identificação de Banhados foi elaborado com o apoio do Comitesinos, Fepam, Movimento Roessler para Defesa Ambiental, Promotoria Regional Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura.

 

3. SINOSFERA — Com início das primeiras capacitações para uso externo a partir de março de 2021, o Sinosfera é um sistema de informações de relevância ambiental que permite o acompanhamento quantitativo e qualitativo da execução do Plano de Bacia. Sua principal finalidade é a geração de inteligência para a gestão ambiental da bacia. Esse sistema está constituído fundamentalmente por três ambientes: (a) de entrada de dados (formulários online) que permite a inserção de usuários, instituições, políticas públicas e programas socioambientais, projetos, eventos e campanhas, atividades, locais onde existe aporte de recursos e transformação ambiental assim como os planos elaborados para estes locais, parcerias institucionais, mídia e equipamentos de uso compartilhado, além de informações georeferenciadas; (b) de consulta de dados pela simples visualização de tabelas ou emissão de relatórios em forma de gráficos; e (c) de visualização dos dados geográficos inseridos na forma de mapas com as camadas que o usuário escolher criar.

 

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